Sentir medo é algo muito natural, principalmente quando somos crianças. Se até o adulto sente medo, porque não haveria a criança de o sentir.
Estamos a atravessar uma fase onde o medo tem chegado de forma quase diária às nossas casas. Através da televisão, internet, rádio… ouvimos notícias do mundo que nos levam a ter esta emoção mais presente.
O medo é uma emoção que todos sentimos, independentemente da idade. Qual é a diferença entre o medo da criança e o medo do adulto?
O medo da criança é um sentimento de desconhecimento, de impotência, de incerteza, de perda, pois é dependente de adultos.
Como os adultos podem ajudar a combater esse medo?
Este medo poderá ser apaziguado se o adulto tiver a capacidade de transmitir calma e segurança. Se isto não for possível, o melhor é deixar esta questão para alguém que o consiga fazer. Nós adultos, enquanto, agentes educativos e protetores das crianças temos obrigação de ser conscientes das nossas próprias limitações. Se eu não consigo ter uma postura calma e segura perante uma criança, é preferível pedir ajuda neste sentido. Caso contrário, em vez de ajudar a criança estarei a prejudicar criando nela mais medos e ansiedades.
Todos nós já tivemos medo enquanto criança. Por vezes, ainda o sentimos enquanto adulto. A grande diferença é que como criança tínhamos os nossos pais para nos proteger e enquanto adultos já temos ou devíamos ter a capacidade de ultrapassar fazendo uso de outras emoções.
O medo é algo doentio?
Não, não é doentio, mas se não for resolvido de forma adequada poderá trazer graves problemas mais tarde.
Falando da situação que vivemos atualmente, a “GUERRA”. Como podemos evitar que as nossas crianças sintam medo?
Evitar não quer dizer que se consiga, mas pelo menos temos obrigação de tentar. Uma das atitudes mais importantes é tentar não assistir a notícias trágicas na presença das crianças. Caso, não seja possível responda a todas as questões colocadas pela criança de forma curta e clara, esclarecendo assim todas as suas dúvidas. Aspetos muito importantes: transmitir tranquilidade, segurança e nunca pânico. A criança não espera que o adulto tenha medo, espera que a proteja. Se sentir que a sua criança tem medo, ofereça-lhe um abraço. Esse aconchego vai ser tão bom que grande parte do sentimento negativo vai “evaporar”. Um simples abraço será milagroso. O resto irá resolver dia após dia e com muito amor no coração.
Tânia Abreu – Professora, Coaching Educativo e Parental