Família

Pais separados, crianças infelizes?

Sabemos que existe um estereotipo sobre a questão dos pais separados. Ao contrário do que seria esperado nem todos os pais separados pensam na felicidade da criança fruto da relação estabelecida entre os dois. Todas as ruturas implicam sofrimento e mágoa, no entanto cabe aos adultos perceber e atuar de forma consciente para o bem-estar e felicidade da criança. Neste contexto existem várias situações, sendo que o que as difere é mesmo a forma como os adultos lidam com a questão do afastamento. A forma como lidam com a separação e o facto de perceberem que quem se separa são eles e não eles dos filhos.

Na atualidade, deparamo-nos diariamente com crianças com pais separados, o que não implica que sejam infelizes. No entanto, por falta de entendimento entre os progenitores isso acontece muitas vezes, mas também acontece o oposto. Pais que apesar da separação mantém uma relação pessoal saudável e positiva em prol do bem-estar do filho que tem em comum. Recordo-me há uns anos atrás ouvir um adolescente afirmar numa entrevista que as pessoas que mais o fizeram sofrer foram os seus próprios pais após o divórcio. Fiquei indignada e tentei perceber o porquê. Efetivamente porque faziam dele uma verdadeira “bola” de batalha e de geração de conflitos e além disso estavam constantemente a insultar-se um ao outro e colocá-lo numa posição de escolha.

Atualmente, isto ainda acontece, mas não deve ser tomado como referência. A separação dos pais não é separação dos filhos. Deve ser sim o oposto, visto deixar de existir um espaço de partilha de vida comum (casa) e tendo sempre presente que o filho “pertence” aos dois. Tive oportunidade e tenho de ouvir relatos de várias experiências positivas neste sentido por parte de alunos, filhos de amigos, colegas…onde dizem que passaram a ser mais felizes após a separação dos pais. Portanto, pais separados não implica crianças infelizes. O segredo está na forma como a separação é gerida.