Este é um tema muito interessante.
É daqueles em que poderei estar a cravar “facas” nos meus próprios pés porque também sou mãe, mas além de o ser tenho plena consciência onde já falhei como tal e onde não quero voltar a falhar. Dez anos de maternidade juntamente com mais uns doze como professora já me trazem alguma experiência. Então onde falhamos no nosso papel?
Falhamos quando tentamos mostrar aos nossos filhos que somos perfeitos ou que queremos ser perfeitos. É uma ideia completamente errada do nosso papel e da sociedade onde eles vão ter de viver e crescer. Ao contrário do perfeito devemos sim mostrar as dificuldades que a vida tem e o quanto temos de lutar para alcançar o que queremos. Devemos ensinar a valorizar e estimar o que temos.
Recordo-me que quando o meu filho era bebé tinha um “medo” constante de falhar e de não ser boa mãe. Todos davam opiniões e sugestões e eu sentia-me completamente perdida no meio de tanto comentário. As pessoas que me rodeavam nem se apercebiam do quanto me prejudicavam com aqueles comentários banais que toda a gente faz, “não andes sempre com o menino ao colo; já mudaste a fralda; já deste de comer…”. Por vezes, ficava sem saber como agir e o que dizer. Basicamente não desfrutei desta fase maravilhosa por me ter deixado invadir pelos medos, angústias e preocupações.
Mas houve um dia em que algo me iluminou e comecei a perceber que tudo o que estava a fazer era errado. Protegia demais, comprava demais, abanava demais e o melhor deixava passar: o tempo que não volta para trás. A partir desse dia comecei a ler artigos e depoimentos de outras mães e percebi que tudo deve se doseado e ponderado para não se cair em exageros. É a tal expressão “nem oito nem oitenta”, “nem tanto ao mar nem tanto à terra”. E a verdade é que esta mudança de pensamento fez toda a diferença na minha vida. Foi nesta altura que também me interessei sobre parentalidade positiva, mundo aonde navego até hoje.
Se ama o seu filho mostre-lhe a verdade sobre a vida. Muitas vezes não o fazemos por querer protegê-los, por não os querer fazer crescer antes do tempo, mas a verdade é apenas uma: a vida não é, nem nunca será um mar de rosas. Haverá sempre espinhos que temos de saber ultrapassar, e quanto mais cedo eles aprenderam a saber viver com isso mais fácil será para eles valorizarem os seus pais e a eles mesmos.