Família

Gritar!!

Só a palavra em si, já possui alguma “agressividade” e algum tom de superioridade.

Todos deveríamos saber, que não é a GRITAR que se resolvem problemas nem se chega a qualquer tipo de conclusão ou acordo e com os nossos pequenos a situação é tal e qual.

Qualquer tipo de ação com um tom de voz acima do normal chama a atenção de qualquer um, portanto, com os pequenos é igual.

Acham que o GRITAR resolve alguma situação?

Acham que por levantarmos o tom de voz mais do que o normal ,vai fazer com que a criança nos ouça ou obedeça!?

Ninguém gosta de ouvir gritos e não sou eu apenas a defender esta tese.

Magda Gomes Dias, um dos modelos de referência sobre Parentalidade Positiva em Portugal, partilha exatamente da mesma opinião. Aliás, em abril de 2016 lançou um livro chamado “Berra-me Baixo”, onde lança um desafio aos pais para deixarem de berrar com os seus filhos em 21 dias.

Segundo ela, ninguém quer passar o dia a gritar com o filho, em zangas, castigos ou ralhetes constantes.

Concordo plenamente!

Se utilizamos constantemente o grito como forma de comunicação, então devemos repensar bem nas nossas atitudes e fazer uma reflexão profunda sobre as mesmas.

Além de ficarmos extremamente cansados e desgastados, deixamos de ter qualquer tipo de credibilidade perante as nossas crianças.

Já fui criança e convivi com adultos que gritavam. Inicialmente, os gritos até resultavam, mas com o decorrer do tempo ignorava completamente esta situação, até porque, quem tinha esse hábito nunca fazia o que dizia, logo a credibilidade era zero.

As crianças são muito inteligentes e percebem perfeitamente até onde vai esse grito.

Se é uma pessoa que está constantemente a gritar, esse mesmo grito deixa de fazer efeito e o pensamento da criança passa a ser de falta de credibilidade.

Se é uma pessoa que por norma modera o tom de voz e é calma, quando levanta a voz tudo fica em sentido.

E isto acontece, porque não é algo normal do dia a dia. É algo fora da rotina.

Tudo que é diferente chama mais a atenção e é ouvido com mais atenção.

Sejamos compreensivos e prestemos atenção aos falhos com calma e escuta ativa.