Quando ouvimos esta palavra até os olhos brilham. Todos esperamos ansiosamente pelas férias.
Aqueles dias maravilhosos em que não temos horários para nada, podemos fazer uma alimentação menos saudável, podemos respirar a tranquilidade que nos circunda e que nem sempre valorizamos. Podemos tomar aquele café com aquele amigo que não vemos há tanto tempo, podemos viajar, enfim, uma série de coisas explêndidas para fazer o que no dia-a-dia se torna mais difícil.
Quem não gosta de férias!?
As nossas crianças adoram com toda a certeza.
Consigo imaginar a carinha delas quando se fala nas férias milagrosas. O primeiro pensamento que todas têm é – já não vai haver escola! Que espetáculo.
Não têm que se levantar cedo, deitar cedo, fazer trabalhos, vestir aquela roupa chata, comer aquela comida que nem sempre apetece e uma infinidade de coisas.
Esta é a parte ótima das férias para as nossas crianças e que nem sempre se reflete em pensamentos positivos para os pais. Os pais, tal como as crianças também estão cansados de um ano duro de trabalho e preocupações. Precisam descansar o corpo e a mente.
Como é possível este descanso quando temos uns mafarricos pequenos sempre de volta de nós?
É uma missão dolorosa, mas muito rica em pureza, ingenuidade e amor. Estes mafarricos apenas precisam de alguém que brinque com eles e lhes dê atenção. Claro que, eles querem sempre mais e muito mais. Se estiver a brincar uma hora eles vão querer duas e assim sucessivamente.
Será neste momento que temos que lhes fazer entender que precisamos de descansar e ter um momento para nós.
E como se faz isto?
Pode ser de várias maneiras e sem grandes confusões. Eu, funciono muito com a negociação e até ao momento tem resultado bastante bem. Brincamos uma hora e depois cada um escolhe outra coisa para fazer sozinho durante outra hora.
Sozinho!? Sim! Sozinho!!!!
Saber estar e brincar sozinho é muito importante para todas as crianças. Ensina-as a ser mais resilientes e a saberem lidar com elas mesmas. Sabermos estar connosco é mais importante do que saber estar com os outros. A felicidade dos outros não depende de nós, mas a nossa depende exclusivamente de nós e das nossas escolhas.
Se isto é tão fácil assim, então qual é o problema das férias?
O maior problema é quando os pais ainda estão a trabalhar e não têm com quem deixar os seus pequenotes. Nem todos, têm a sorte de ter uma avó, avô, tia, tio, prima ou primo por perto para poder ajudar. Nestas situações tudo se torna mais desafiante em termos de logística.
No entanto, hoje em dia temos os maravilhosos ATL onde as crianças fazem atividades lúdicas super interessantes e onde convivem com outras da sua idade, o que é fantástico. As crianças precisam de brincar com crianças. Ambas têm os mesmos interesses e entendem-se muito bem quando chega a hora de decidir o que fazer.
Às vezes, quem incomoda aqui são mesmo os adultos que decidem interferir nas escolhas. Aliás, os pequenos já dizem aos adultos o que pensam conforme vão crescendo. O que me parece muito bem! As crianças também têm o direito de serem ouvidas.
O facto de serem ouvidas, não implica que façam o que querem. São assuntos totalmentes diferentes.
É muito normal ouvirmos dizer: “Os meus filhos estão de férias. Estamos ansiosos que voltem para a escola”. De seguida, penso: pobres crianças e pobres pais. Como é possível? Com tão poucos dias em casa e já querem que as crianças fiquem fechadas numa sala!?
Férias fazem falta a todos. Férias é tempo de ser feliz e sorrir. Correr, saltar, nadar, deitar tarde, comer tolices, (expressão usada unicamente por mim e com direito de autor) brincar com a familia, jogar consola… claro que, tudo com a sua devida regra.
Sem regras nada é funcional, nem sequer as Super Maravilhosas Férias.