Todos sabemos o impacto que o ecrã tem na sociedade e na vida das nossas crianças, mas muitas vezes, esquecemos que prejudicam gravemente o seu desenvolvimento cerebral.
Existem vários estudos na área da neurociência que afirmam que os ecrãs estão a fabricar gerações menos inteligentes.
Um grande investigador francês, Michel Desmurget na área da neurociência publicou recentemente um artigo sobre este tema.
Existem muitos alertas neste sentido, mas a sociedade parece que não quer ouvir.
Deixar o nosso filho em frente a ecrãs todos os dias, mais do que duas horas por dia é um grande erro.
Deixar o nosso filho usar o telemóvel quando está à mesa com a família é grave. Deixar o nosso filho utilizar o telemóvel, tablet, computador, playstation… muitas horas é grave.
Acordem por favor, coloquem limites e regras aos vossos filhos. Estas crianças estão a caminhar para um mundo tão viciante e dependente que qualquer dia ninguém os controla.
Mas, mais grave que isto, é quando olho para uma mesa de café ou restaurante e vejo dois adultos e uma criança simplesmente a mexer cada um no seu telemóvel.
Pergunto-me. O que é isto?
Em que mundo estamos a viver?
Que crianças estamos a construir?
Onde queremos chegar?
Ninguém percebe que a tecnologia é útil, mas se utilizada em doses equilibradas.
As crianças precisam de correr e brincar.
As crianças precisam interagir umas com as outras.
Qualquer dia, temos crianças que não sabem comunicar entre si, não sabem brincar com outras, que reagem de forma violenta a tudo que lhes aparece, crianças solitárias escondidas por trás de um ecrã, crianças que não vão saber como se estabelecem relações pessoais…
É preciso atuar. É preciso “perder” tempo com as crianças para que percebam que tudo que é em excesso faz mal.
Os adultos andam absorvidos com tanta coisa que nem percebem que estão a prejudicar os seus próprios filhos.
É preciso parar. É preciso pensar. É preciso atuar urgentemente.
Alguém tem que gritar ao mundo que andam a esquecer o mais importante.
Criação de regras e limites, criação de laços humanos, responsabilidade parental, compromisso …
Se quer ajudar o seu filho a descolar dos ecrãs passe tempo com ele, dedique algum tempo a fazer algo diferente com ele, inscreva-o em atividades ao ar livre… tudo o que todos sabemos, mas não nos predispomos a fazer.

Tânia Abreu – Professora, Coaching Educativo e Parental