Esta é uma questão muito pertinente nos dias de hoje. Todos aqueles que lidam com crianças quer em casa quer no seu local de trabalho se perguntam o porquê de as crianças serem como são. Não deixa de ter fundamento, pois as crianças de hoje em dia não se podem comparar às crianças que conhecíamos há uns vinte ou trinta anos atrás. Todas elas de uma forma direta ou indireta lidam diariamente com uma série de estímulos que outrora não existiam.
Espontaneamente tornaram-se mais ativas, mais curiosas, mais faladoras, simplificando começaram a marcar o seu terreno de uma forma mais notória. Se refletirmos sobre a evolução da sociedade é muito simples compreender o conceito de crianças “difíceis”. As pessoas chamam difícil simplesmente porque a criança quer saber como, porquê e quando! Algo perfeitamente normal e natural. Elas são extremamente atentas e perspicazes em relação ao mundo que as rodeia. Grande parte das vezes são os adultos que não conseguem entender a necessidade que ela tem de interagir e questionar, porque anda híper-mega ocupado com as suas rotinas e esquecem que tem à sua volta um ser em plena descoberta desde que nasce até que forma a sua própria personalidade.
Os primeiros anos de vida são extremamente fundamentais na formação da personalidade de uma criança. Nesta fase ela absorve tudo o que vê e ouve. Os seus sentidos estão superativos e apurados, por isso ela funciona como um “aspirador” de informação e atitudes. Aprende com o que ouve e com o que vê, tão simples como isso. Costumo dizer que a criança é o espelho do que aprende, quer seja bom ou mau. Posto isto, é muito importante a sociedade no geral perceber que o termo “difícil” não se aplica a uma criança. Criança é criança. Cabe-nos a nós adultos fazer com que ela se torne “fácil” ou “difícil”.

Tânia Abreu – Professora, Coaching Educativo e Parental